TJBA - DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO - Nº 3.113 - Disponibilização: terça-feira, 7 de junho de 2022
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que teve com Roni de que Leandra teria pedido para clonar o telefone do marido, e se realmente tinha isso acontecido, respondeu
que sim, perguntado se teria desconfiança do seu celular estar grampeado, respondeu não, perguntado se teria ido ao local onde o corpo
foi encontrado, respondeu que não sabe nem onde é, perguntado se Roni falou o porque Leandra queria clonar o telefone de Gabriel,
respondeu que ele relatou que Leandra queria que ele fizesse isso, perguntado se Roni também trabalha com celular, respondeu que sim.
Em sede de interrogatório, a acusada, Leandra Peixoto Lima do Carmo, afirmou em juízo que: tem um filho de 19 anos e outro de 04
anos, perguntada sua profissão, responde que era professora, que foi demitida antes da data do crime, perguntada se já foi presa
antes ou se já respondeu alguma investigação criminal, respondeu que não, perguntada o que pode narrar a respeito dos fatos, respondeu que no início “Silu” foi seu aluno, que se mostrava ser uma pessoa muito boa, que não era agressivo, que ele começou falar
com ela que o seu marido tinha outra pessoa, perguntado em que ano, respondeu que lá pra 2015 por aí, e que o tempo foi se passando e ela ficou conversando com ele, que ele parecia ser uma pessoa muito carinhosa e que de certa forma ajudou ela a perceber que
o marido estava estranho e que estava mantendo um caso com uma “amiga” da igreja, que ao passar do tempo ele queria ficar com
ela e que ela não queria, que ai começou as chantagens dizendo que pegaria as conversas dos dois para mostrar para o marido dela,
que daí em diante ela sofria muito, que não sabia como agir, que se sentia coagida por ele, que não tinha caso com ele, que tudo que
acontecia foi virtualmente, que se observarem não era apenas ela que sofria com isso, que ele fazia isso também com outras pessoas,
que ele fazia com Joilma, com a mulher do posto e uma moça do alto alegre, que ele se gabava muito dizendo que era bom, que ele
dizia que conseguia conquistar muitas mulheres casadas, solteiras ou com namorado, que pelo facebook era muito fácil e que um dia
ele iria soltar todo mundo na rua, inclusive a acusada, que ai ela ficou com medo, que brigava com ele, que chorava, que pedia para
ele parar, que não sabe o que está nos áudios mas que pedia sim para ele parar e deixá-la em paz, que ela já não queria mais aquela
vida, que ele a obrigava a ir na frente da casa mostrar calcinha pra ele, que ele a obrigava ir no supermercado para mostrar calcinha,
que ele dizia ao ver as calcinhas que “se eu quisesse ver esse tipo de calcinha eu via da minha mãe”, que ele tinha um jeito estranho
de se comportar e de falar, que parece que ele tinha uma loucura e um prazer de ouvir ela falando besteira para ele, que para ele era
bom porque se saciava, mas que para ela aquilo estava a destruindo aos poucos, que chegou uma época que ela ficou doente e foi
fazer exame (o cortisol estava altíssimo) e que a médica pediu para ela fazer caminhada mas ela não ia porque tinha medo dele, que
ele passava por ela e ameaçava com arma, que ele sempre passava e ameaçava de alguma forma, que quando ela ia para escola ele
também passava ameaçando dizendo que mostraria tudo, que ela é de família tradicional, que vai para a igreja, que trabalhava na
escola da igreja, que é casada, que tem dois filhos, que ela tinha muita vergonha, mas que não foi ela que matou a vítima, que ela tem
dois filhos e sabe que uma mãe não suporta uma dor dessa, que quando aconteceu dele morrer o delegado a chamou; que acha que
ele tá agindo de má-fé, que Lucrecia ligou para ela e falou para ir na delegacia ter uma conversa informal, que ela ficou na delegacia
de 9:00 da manhã até as 14:00 e que o delegado dizia para ela que ela quem tinha matado, mas que ela não faria uma coisa dessa
jamais, que o delegado citava a família dela, que ele não deixava ela sair para ir embora, que ficava com conversas ridículas e dizendo
que foi ela, que ela foi pra casa às 14:00 e ele mandou ela buscar a moto, que ela buscou a moto e entregou a ele, que guardou a moto
e ele ficou dizendo para se ajeitar por lá mesmo, para confessar e não chamar nenhum advogado, que ela chamou um advogado e foi,
que pareceu que o delegado estava zangado com ela quando ela chegou com o advogado, que depois ela chamou o Dr. Sizino porque
ela não confessaria algo que não fez, que na segunda feira ela estava em casa e o delegado chegou e falou que ela estava presa,
quando questionou o porque estava presa o delegado respondeu que ela foi até a casa de Genolino e o ameaçou, que ela respondeu
que não ameaçou, que apenas conversou, que o delegado todo debochado a levou acompanhado de um civil ficou fazendo um monte de perguntas, que quando ela não respondia ele mandava jogar ela no buraco, que era um local escuro e sem banheiro e sem nada,
que isso se prolongou por muito tempo, que ela sentia frio sentada no chão, que foi tratada como uma indigente e como um lixo, que
questionava porque estava recebendo aquele tratamento e passando por aquilo, que o delegado e o policial fazia questão de humilhá-la, que ficava falando para ela “nem seu filho vem aqui, até seu marido sumiu”, que quando ele a levou para o hospital ele fazia questão de mostrar que ela era culpada, que ela parecia ser um troféu para ele, que ao sentar no hospital ele pediu para as pessoas se
afastar dela, que não teve maus tratos físicos, mas parecia que ele era homofóbico, que ele detestava mulher naquele momento, que
depois ele levou ela para a delegacia onde estava Dr Michel, o delegado e os outros policiais, que ela achava que teria uma PEFEM
para levá-la, mas que ela foi junto com um monte de homem, que no caminho o policial civil ficava debochando dela e falando besteira,
que ela pediu para Dr Michel falar com o policial pra parar de falar besteira com ela, que Dr Michel pediu para deixar ela em paz, perguntada se chegou a admitir alguma coisa por conta das coisas que foram relatadas, respondeu que não, que não admitiria algo que
não foi ela, que foi levada para Serrinha, mas quando chegou lá não tinha local para colocá-la, que mandou buscar ela de Serrinha para
levar até Barrocas, que ao chegar no complexo policial, seus remédios estavam dentro da bolsa, que ela tomou 6 comprimidos de rivotril de uma só vez e apagou, que no outro dia 6:00 da manhã, que estava todo debochado e perguntou como ela estava, que ela
respondeu que estava sem acreditar e que não sabia o que estava acontecendo; que no outro dia umas 10 ou 11hs da noite, ele admitiu que só estava ele e o carcerário, que ele e o carcerário eram muito amigos, que ele a trancou dentro da sela e começou a fazer
as mesmas perguntas e pedindo para ela confessar, que começou a dizer que prenderia a mãe dela porque estava falando mal dele,
que mandou ela confessar que foi ela e os irmãos, que ela disse que os irmãos dela estavam viajando, que começou a dizer que foi
ela e o marido e ela disse que o marido estava trabalhando na hora e ela com as crianças, que ele disse que colocaria ela em um
presídio que tinha um monte de “sapatona” para dar o dela, que ela disse que poderia botar que ela não se importava que elas são
pessoas normais e que seria até melhor; que teve uma audiência em Nova Fátima em que Lucrecia pediu para o delegado deixar ela
ir para casa porque ela tem um filho pequeno e quando a pessoa tem filho pequeno tem direito de ir para casa, que ele respondeu que
não, que ela era para ir em todos os presídios que tivesse mas a justiça não permite, que levaram de volta ao presídio, que ela tem
nível superior mas não ficou em sela especial, que ela ficou mais de 8 dias numa sala cheia de muriçocas e com sanitário entupido,
que não tinha como tomar banho, que não tinha nada, que ela sabe respeitar todas as pessoas porque ela foi ensinada assim pelos
pais, que ela sabe lidar com pessoas, que ela sempre amou crianças e alunos, que ela sempre achou que esse rapaz precisava de
conversar, que colocaram ela presa com pessoas que eles achavam que eram piores, que na sela que botaram ela tinha mulheres que
gostavam umas das outras, que ela pediu para ensinar ela como deveria se comportar porque ela nunca tinha sido presa antes, que
as detentas a deram biscoitos porque ela estava com fome, que pediram para ela tomar banho porque estava fedida, que uma das
meninas cedeu a cama e um ventilador para ela, que Sara dizia que queria uma namorada mas ela disse que era casada para a detenta esquecê-la, que na verdade o delegado parecia ser homofóbico e que queria prejudicá-la, mas que depois de tudo isso ela fez
amizades lá dentro, que é muito fácil conviver com presos, que ela respeita as diferenças, mas que ela não confessa porque ela não
matou, que lá em Juazeiro o delegado mais uma vez foi até ela e não comunicou ao advogado dela, que o delegado disse que ela